Melhor do que qualquer lençol egípcio 600 fios são os lençóis escondidos na parte de cima do Brasil que são a cara escancarada da linda beleza do nosso país.
Sempre que viajamos criamos uma listinha de Expectativa x Realidade, e com esse ícone do turismo brasileiro não ia ser diferente.
Sabe aquele lugar que vc passa a vida dizendo "um dia vou lá" e nunca vai, pois é, assim era com a gente. E quando nos deparamos com mais um período de férias em junho, pensamos, qual o melhor lugar que pra conhecer no Brasil em Junho que a gente ainda não tenha ido? A resposta veio em poucos segundos: Lençóis Maranhenses.
Talvez você não saiba, mas a melhor época pra conhecer os Lençóis vai de Junho a Outubro (há quem diga Setembro, outros Novembro), quando a chuva já se foi e deixou as lagoas cheias. O Sol já brilha o dia todo trazendo a tonalidade azul e verde esmeralda para as águas refrescantes dessas piscinas naturais de água doce. Não dá pra querer mais, o que a natureza oferece já é suficiente.
Escolhemos Santo Amaro do Maranhão para começar a nossa trip. Esse não é o único lugar onde dá pra começar essa viagem. Na verdade Santo Amaro é uma das bases para o acesso oficial ao parque. Ah e detalhe, o acesso SEMPRE tem que ser oficial. Isso quer dizer que para entrar nesse paraíso é necessário contratar uma agência credenciada que realize os passeios. Nós recomendamos a Santo Amaro Coop. Fizemos o passeio privativo com eles pelo circuito da Betânia e saiu tudo como tinha que ser, perfeito e memorável. Esse é um dos poucos passeios de dia inteiro. Por isso a #dica, caso não tenha muito tempo para ficar por lá (e nem muita grana) para fazer vários passeios, escolha um passeio desse tipo.
A agência nos pegou na nossa pousada em uma jardineira, um 4x4 adaptado com bancos na carroceria, e fomos conhecer o paraíso.
Você sobe e desce, sobe e desce entre todas aquelas dunas de areia branquinha e quando chega lá em cima entende o que falam. Ou melhor, você entende o que ninguém consegue expressar nem em texto e nem em fotos: A realidade do parque nacional de Lençóis Maranhenses, o oásis brasileiro que faltava na nossa lista.
Mas sem delongas, vamos à Expectativa x Realidade desse pedacinho mágico na nossa terra chamado Lençóis Maranhenses:
Expectativa: Areia finíssima que os grãos grudam de tão fina
Realidade: A areia é realmente muito fina, mas não a ponto do ficar grudado que nem um frango empanado. Nada é desagradável nesse pedacinho do céu.
Impossível andar em algumas partes porque além de fina ela é bem fofinha.
Expectativa: Areia quente, mesmo todo mundo dizendo que não é
Realidade: A areia é quente sim senhor! Passei horas vendo blogueiros falando que a areia não era quente, explicado o fenômeno da natureza que a água não esquece por causa dos lençóis de água e blá blá blá, nada a ver.
Realmente ela não é de queimar que nem na praia, mas não tem como andar muito sem proteção para os pés porque tem uma hora que começa a ficar difícil continuar. Então se a ideia for fazer caminhada, recomendo uma sapatilha ou chinelo.
Expectativa: Lagoas fundas demais para entrar e brincar
Realidade: As lagoas que conhecemos tinham todo o tipo de profundidade mas todas começam rasa para ir afundando.
Claro, algumas demoram mais para afundar, outras depois de 10 passos já não daria pé pra mim, mas deu pra curtir demais, mesmo pra mim que não sei nadar. Aliás essa é uma paz para o coração das mamães que às vezes pensam que não podem ir a esse passeio porque os pequenos não poderão brincar na água, mas nada a ver, podem ir tranquilas.
Expectativa: Água geladas
Realidade: Na na ni na não.
Sabe aquela água que é fria mas um jeito fresco? Então, assim são as águas dessas lagoas. Elas não são mornas, longe disso, mas não são geladas e é uma delicia ficar dentro delas. Dá pra esquecer fácil da vida ali e nem perceber o tempo passar.
Expectativa: Passeios cheios de gente sem noção e tumultuado
Realidade: O contrário disso. Algumas lagoas eram só nossas, por horas.
Claro que acertamos em cheio, viemos numa segunda-feira no mês de Junho, ou seja, não era fim de semana e nem férias, o que ajudou demais.
Estávamos com medo de pegarmos pessoas muito sem noção, sem uso de máscara corretamente e querendo fazer montinho de carnaval, mas ao contrário, nem vimos direito os outros turistas, apenas no restaurante, quando fomos à Betânia almoçar.
Expectativa: Almoço do passeio muito caro
Realidade: Almoço com preço justo!
Simples mas gostoso. Pessoal do restaurante super atenciosos. A sacada é que quando a jardineira pegou a gente no hotel já fez o pedido e combinou o horário. Assim que chegamos nosso almoço estava pronto esperando por nós. Comemos bode e galinha caipira com acompanhamentos e bebidas.
Depois ainda pudemos dar uma esticadinha no redário, que igualmente estava vazio.
Expectativa: Visual deslumbrante de morrer
Realidade: Não tem no Brasil uma coisa parecida com essa. Talvez um poeta romântico conseguisse descrever os lençóis muito melhor do que eu usando um milhão de comparações e exemplos delicados, mas eu só consigo descrever como dunas lindas e lagoas incríveis.
Expectativa: Parecido com o que vimos na televisão
Realidade: Sim, é parecido demais com o que vemos na TV, mas não dá pra ver da mesma forma porque não estamos do alto. Os guias levam a gente em alguns picos de areia de onde é possível ver dunas que são mais baixas e as suas lagoas, então a vista fica perfeita.
As areias são mesmo branquinhas e as lagoas são de um azul e verde incríveis com uma transparência surreal.
Dizem que Santo Amaro do Maranhão é onde você toma uma surra de duna. Eu não posso falar dos outros locais, mas com certeza é uma imensidão de areia. Em alguns momentos parecia que estávamos perdidos, mas os guias sabiam perfeitamente onde estavam.
Expectativa: O Sol vai queimar o lombo
Realidade: Pois é. Essa era uma das poucas certezas que eu tinha, por isso comprei até uma camiseta UV que não usei!!!
O sol é quente sim e precisa ter muito cuidado, mas nada muito diferente do que pegar um sol de praia na cabeça. A importância de se cuidar lá é porque o parque de Lençóis está numa zona muito perto da linha do Equador por isso a incidência do Sol é direta porque é o local onde a Terra está mais próxima do Sol (de nada pela aula de Geografia).
Expectativa: Vai ventar demais a ponto de ficar frio
Realidade: Oi? Que piada. Tinha até vento, mas não suficiente para esfriar nada. Alias lá é bem quente. O vento era um refresco para quando estávamos na areia e já pensando em voltar para a lagoa.
Expectativa: Lagoas lotadas que iam atrapalhar a foto
Realidade: Não sei se foi por causa da pandemia, ou pela escolha do local (Santo Amaro é com certeza mais tranquilo que outros pontos), mas por muitas vezes ficamos sozinhos em algumas lagoas. Deu pra aproveitar demais. O guia montou um guarda sol e colocou umas cadeirinhas e ficamos lá aproveitando o sol. Quando ficamos de bode, levantamos acampamento e fomos ver outras. Daria pra nadar pelado, mas somos mais conservadores.
Bônus
Expectativa: peixinhos muitos peixinhos
Realidade: Ahhh, tava aí uma coisa que não esperávamos ver. Sim, porque como as lagoas sem formam com a agua da chuva como ia ter peixe lá gente? Sei que uma das lagoas, que é bem afastada, tem peixe porque os moradores levaram para pescarem. Mas não é o caso das demais... É um mistérioooo!
Tirando a razão mística do porque há peixinhos, vale falar que eles são super dados. Parece que não veem muitos humanos e quando nos veem chegam correndo para nos beliscar. Cuidado porque você pode levar um deles dentro do biquíni.
Bônus 2
Expectativa: Santo Amaro vai ser super fofa
Realidade: Não. Não espere isso das cidades entrada para os Lençóis. Elas são cidades pequenas e reais, nada daquela cenografia com centrinho bonitinho montado pra turista.
Alcançamos os lençóis a partir de Santo Amaro, mas também estivemos em Barreirinhas, que é considerada a cidade com mais infraestrutura da região. Além dela também tem Atins e se quiser ainda é possível esticar até Tutóia para fazer o passeio aos Pequenos Lençóis e ao Delta do Parnaíba que foi de onde fizemos o nosso passeio.
Aliás logo logo falo mais do Delta pra vocês.
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